O que você faz com as suas certezas?

Já há muito tempo entendi que ter certeza absoluta de tudo o que falamos ou fazemos é a maior prova da nossa ignorância.

Devo citar que ter entendido isso facilitou muito a minha vida de mãe, a minha vida de filha e sobretudo, facilita o meu bem viver em sociedade. Penso que como indivíduo eu devo me esforçar e me aprimorar para estabelecer vínculos sociais saudáveis, e que não são os outros que têm a obrigação de atender às minhas expectativas e me oferecer concordâncias todo tempo. E sim que cabe a cada pessoa, a partir de sua perspectiva individual que é forjada por suas vivências e pelas possibilidades e impossibilidades que a vida lhe ofereceu, se disciplinar a considerar que o outro tem uma perspectiva diversa pelos mesmos motivos alistados acima.


Em algum momento as pessoas passaram a acreditar que seu próprio ponto de vista vale mais que o de qualquer outra pessoa. E isso, que é uma grande ilusão egoísta e por si só um problema, tem sido acompanhado por um nível de agressividade fora do aceitável para o bom compartilhamento dos espaços públicos.

As pessoas estão ferozes!


E se antigamente nossos avós nos ensinavam que os comportamentos de falta de educação e falta de polidez ao falar com o outro (notem que nem falei do item respeito aos mais velhos), deveriam ser sempre evitados e que era nossa a responsabilidade de aprimorar nosso modo de proceder continuamente, hoje, de maneira inversa, vemos uma multidão de adultos que aos berros e por motivo qualquer, querem enfiar seu modo de pensar “goela abaixo” de seu ouvinte por darem razão a todo seu modo de pensar ou daqueles com quem se alinham ideologicamente.


Porque é importante falar sobre isso agora?


Porque estamos na semana que começam as aulas, porque tudo o que está ocorrendo na vida diária das pessoas está sendo aprendido pelas crianças e porque elas sempre agem conforme modelos aprendidos. Sobretudo porque nossas crianças precisam ser protegidas da violência do cotidiano e precisam entender que para terem uma vida mais tranquila há regras sociais e pessoas que devem ser respeitadas, mesmo em momentos em que o que estamos escutando não nos agrade.


Além disso é necessário aprender que o outro pode sim pensar diferente e que suas escolhas, assim como as nossas, devem ser respeitadas. Bem como é necessário ensinar que questionar sempre nossas certezas não nos gera perdas ou denota falha em nós mesmos, antes, nos gera a confiança de que, embora outros modos de existir sejam possíveis, minhas preferências podem seguir as mesmas… ou não. O que também está bem.


Pais conscientes precisam ter atitudes diárias que mostrem a seus filhos que eles levam o respeito ao outro a sério. É muito saudável emocionalmente nos permitir nos questionar e sermos questionados se queremos que nossos filhos vivam em uma sociedade mais tranquila na qual haja igualdade de fato. Precisamos entender e ensinar que ser questionável, ao contrário do que quer nos inculcar a cultura na qual estamos inseridos neste momento da história, não é uma ofensa e sim um excelente convite à reflexão e à formação de raciocínio crítico.

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